Eu
à poesia
só permito uma forma:
concisão,
precisão das fórmulas
matemáticas.
Às parlengas poéticas estou acostumado,
eu ainda falo versos e não fatos.
Porém
se eu falo
“A”
este “a”
é uma trombeta-alarma para a Humanidade.
Se eu falo
“B”
é uma nova bomba na batalha do homem.
(Poema de Vladimir Maiakovski com tradução de Augusto de Campos. Foi poeta, dramaturgo e teórico, nascido em julho de 1893 na região da Geórgia do antigo Império Russo. Era conhecido como o poeta da Revolução. Se suicidou em 1930 em Moscou, deixando para a posteridade uma carta-poema agridoce.)