Há que ter um espírito de Inverno
Para olhar a geada e os ramos
Dos pinheiros encrostados de neve;
E ter tido frio muito tempo
Para ver os zimbros encrespados com gelo,
Os abetos eriçados ao brilho distante
Do sol de Janeiro; e não pensar
Em qualquer desgraça no som do vento,
No som de algumas folhas,
Que é o som da terra
Cheia do mesmo vento
Que sopra no mesmo lugar deserto
Para o ouvinte, que ouve na neve,
E, ele mesmo nada, não vê
Nada que lá não está e sim o nada que é.
(Do livro Ficção suprema, tradução de Luísa Maria Lucas Queiroz de Campos. O original, em inglês, aqui.)