No chão da casa depositei as malas
E me sobraram braços
(meu nome
perdido em sua voz, não me chamava)
era a noite onde as coisas terminam
a interminável.
Agora
Setecentos e vinte e seis dias depois,
Um ar de chuva atravessando o rio,
Sento na máquina e recomeço a vida,
Só retalhos.
Poema de Celina de Holanda, jornalista e poeta pernambucana, nascida em Cabo de Santo Agostinho em 1915. Primeiros poemas foram publicados nos cadernos de cultura dos jornais Diário de Pernambuco e Jornal do Commercio. O primeiro livro, O Espelho da Rosa, só veio em 1970, quando já tinha 55 anos.