o amor em sua ilusão
é como o fumo que se queima
e sabe em seu fogo
a existência.
mas enquanto se esvai,
atribui à boca que o traga
sua permanência.
o amor em sua metafísica
canta como os galos
que sabem alvorecer a manhã
mas tornam ao sono
na esperança de que o
próprio canto os desperte.
(Poema de Flávio Morgado publicado em seu primeiro livro, Um Caderno de Capa Verde, de 2013, pela editora 7 Letras)
