Habemus náusea

Jpeg

Bem-vindos à nausea online, azeda como um prato de arroz vencido que como por entre fileiras de formigas ativas e baratas à espreita.

Que caiam restos de meu banquete para celebrarmos, nas frestas de um castelo em ruínas, a derrota dos renegados.

Pois também vou festejar, pequeninas companheiras insones.

Em zigue-zague altivo, o mendigo ultrajante lhes oferece o grão.

O labirinto é sua casa! Ocupem!

Fanfarras às alturas!

Em meu pulmão respiro a fumaça toxica de mais um consolo indigente. Alimento dos desesperados.

Que venha a avalanche!

Deixemos as pedras rolarem por todo canto.

Somos ínfimos e inatingíveis para tudo que pesa e destroça.

Se colocam a lâmina enferrujada em nosso peito, com o dedo nos lábios peçamos silêncio e empurremos o punhal ao fundo, para que encontre a sólida rocha que bombeia sangue arenoso.

Pragas que somos, sobreviveremos a mais uma noite.

Somos nela invisíveis.

Zumbizemos até a aurora.

E mastiguemos as pedras pela eternidade na fria correnteza que nos levará além.

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(foto: O Escriba)

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