“A melhor ficção científica geralmente aborda as mais antigas questões. No coração do filme Ex Machina está um dos mais duros nós intelectuais da humanidade, sobre consciência artificial. É possível construir uma maquina que não é apenas inteligente, mas também senciente: que tem consciência, não apenas do mundo mas também de si própria? Podemos construir um ‘golem’ moderno, aquele ser do folclore judaico que é moldado de matéria disforme e pode tanto servir à humanidade como também se voltar contra ela em determinadas condições?
E se pudermos, o que aconteceria conosco?”
Tô ansioso pra ver esse filme, do diretor inglês Alex Garland, que deve estrear em abril. Faz tempo que não vejo um filme de ficção científica inteligente, a indústria está mais preocupada em lançar bobagens como Interestelar e Gravidade, centrados mais na forma do que no conteúdo. Com plateias cada vez mais adolescentes (ou adolescentes tardios), faz todo sentido, mas… enfim, como bem diz essa matéria da revista New Scientist, é raro ver um filme sobre ciência que não faz concessões intelectuais. Ex Machina parece ser o caso – assim como o último filme do Terry Gilliam, O Teorema Zero. Os fãs de ficção científica agradecem.
Atualização: Finalmente vi Ex Machina. Filme de ficção científica de gente grande, para espectadores cansados de efeitos especiais estéreis. Ava, a ginoide do filme (versão feminina de androide, que é todo robô em forma de homem), é uma personagens das mais perturbadoras dos últimos tempos. Conquistou até a mim! 🙂
Interessante a comparação com o golem, que só “vive” se você escrever “verdade” na testa. Ou seja, ele é ativado pela palavra (linguagem, código), da mesma forma que um processador só funciona com o software adequado.
No início, sempre tem o verbo. E no caso dessa nova, digamos, ‘raça’, o verbo está codificado em números…