“Conversamos pela primeira vez no Museu Nacional, em Nápoles, nas salas do piso térreo que contém a famosa coleção de bronzes de Herculano e Pompéia, aquele maravilhoso legado de arte antiga, cujas delicadas perfeições foram preservadas pela fúria catastrófica de um vulcão. Ele se dirigiu a mim primeiro, a respeito do celebrado Hermes em repouso que estávamos observando lado a lado. Disse as coisas certas sobre aquela peça inteiramente admirável. Nada profundo. Seu gosto era antes natural que cultivado. É óbvio que havia visto muitas coisas refinadas em sua vida, e as apreciava, mas não possuía o jargão do diletante ou do connaisseur… Falava como um cosmopolita inteligente, um cavalheiro limpo de toda afetação”
Trecho do conto Il Conde, de Joseph Conrad, incluída na coletânea Um Anarquista e Outros Contos, da editora Hedra.
