O jornalismo como negócio nos Estados Unidos está em queda livre. As receitas de publicidade nos jornais impressos americanos estão no mesmo nível da década de 1950, quando a população do país 50% menor e a economia 1/7 do tamanho atual. Como podemos ver no gráfico acima, a queda começou em 2000. E pior: a receita dos anúncios digitais não só não substituiu o dinheiro que sumiu como também estão em queda.
A receita com venda de jornais aumentou, mas apenas para jornais nacionais – e ainda assim de forma tímida. Ou seja: o cenário para a imprensa americana é dos piores e o fundo do poço parece estar longe ainda…
No Brasil e outros países emergentes, essa realidade ainda não é tão trágica, mas nem por isso menos preocupante. Digo que não é tão trágica porque a circulação, mal ou bem, tem aumentado, porque os países vivem um bom momento há alguns anos e isso permite um maior acesso da população ao mercado de jornais e revistas. No Brasil, por exemplo, a circulação do conjunto de jornais vem aumentando constantemente desde 2003 – após alguns anos de queda -, coincidindo com o aumento de renda da população.
Mas esse aumento na circulação é puxada por jornais populares, que geram pouca receita publicitária, e por jornais gratuitos. Com isso, a receita publicitária dos impressos não acompanhou essa ascensão. Em 2013, caiu 1% no Brasil. E junte-se a isso tudo a digitalização da informação, a fragmentação das fontes de informação e a ascenção das redes sociais, e temos um cenário nada animador. A disputa pelas verbas publicitárias se acirrou e os jornais, principalmente os brasileiros, são avessos a mudanças radicais em seus negócios. Perdem tempo e, com isso, dinheiro.
Em vez de inovar, preferem a receita de sempre: ‘passaralhos’ (demissões), redução de salários e corte de publicações. Cortes na carne que afetam diretamente a qualidade do produto final – as reportagens. E com edições cada vez mais ralas, atrai menos o mercado publicitário.
Baita sinuca de bico. Lá como cá.
Uma pergunta que a resposta me assombra é: se os grandes impérios da comunicação caírem, quem vai herdar o poder? Me parece carta marcada que estes impérios vão ruir…………Se a Comunicação Coletiva se sobressair quanto tempo a credibilidade dela vai durar…….será que só vai sobrar a Voz do Brasil?
Boa reflexão, meu caro… nao saberia responder. Na verdade, acho que ninguém…