“No Ocidente, temos uma necessidade desesperadora pela certeza, o explicável, e o absoluto. Na verdade, um dos nossos eufemismos para nosso solitário monodeus é ” o Absoluto”. Ironicamente, talvez, trata-se de um título apropriado. Deus é absoluto. Mistério absoluto. Ambiguidade absoluta. Incerteza absoluta. Neste mundo criado por Deus (ou Mãe Natureza), é sempre perigo e novidade – perigo e novidade – que se afirmam, tornando assim absurdas as noções de rigidez. Incongruentemente, entretanto, quando nos permitimos aceitar totalmente a incerteza, abraçá-la e cultivá-la, então podemos começar a sentir em nós a presença de um Absoluto. A pessoa que não consegue acolher a ambiguidade não consegue acolher Deus.”
Trecho de Villa Incognito (2003), do escritor americano Tom Robbins.
