Psicopatas e o fim dos testes em animais

“Alguém se incomoda de matar as bactérias da tuberculose? O vírus da gripe aviária? Gostaria de recordar que estes e outros agentes patogênicos também são seres vivos.”

Encontrei essa bizarra afirmação numa nota do Blog do Planeta sobre a polêmica do uso de animais em testes científicos. Não resisti e rebati lá na área de comentários do blog do Mansur: o argumento é tão inteligente quanto dizer que batatas e couves merecem a mesma consideração que vacas e porcos. O que mais me espanta, no entanto, é que a tosca frase é de autoria de uma médica, Sandra Goraieb. Cheguei a suspeitar que ela tinha escrito aquilo de zoação, mas ao ler o seu blog, percebi que estava enganado. Diz ela:

Bioética é território difícil e nem sempre unânime. Às vezes o que é perfeitamente aceitável para uns é impraticável para outros. Aplicar o bom senso e a otimização de meios na pesquisa seria sempre o ideal. Infelizmente o ideal não é sinônimo do real. Seria necessário uma somatória de forças para obter os melhores resultados, sem lobbys, sem preconceitos, sem vaidades. Coisa praticamente inviável no estado atual das coisas.

Ora, ora, ora. Concordo que a bioética é um território pra lá de difícil e nem sempre unânime. Mas por que é assim? Como médica, Sandra deveria saber. Mas parece preferir ignorar que o ideal só não é sinônimo do real ainda pelo lobby pesado que a indústria farmacêutica e cosmética faz para manter o status quo. Afinal, testes em animais são muito mais baratos do que as modernas técnicas disponíveis e por isso têm a preferência das grandes corporações (principalmente nos EUA, onde centenas de milhões de animais – cães, gatos, coelhos, ratos – são mortos anualmente).

Não importa que existam hoje inúmeros novos métodos, sem o uso de animais, mais seguros, eficazes e responsáveis, e que boa parte dos medicamentos produzidos dessa forma cruel ataque apenas as franjas do problema de saúde mundial. São analgésicos, soníferos, colírios, xampús, sabonetes, anti-inflamatórios, enfim, remédios da vida moderna. Se pelo menos na produção destes os testes em animais fossem eliminados, já se evitaria a morte de milhões de animais. Mas, não rola. Afinal de contas, a psicopatia das corporações as impedem de tomar decisões éticas – o acionista está acima disso e sempre tem preferência.

Vc tá por fora do assunto? Bom, abaixo temos dois filmes sobre testes científicos em animais: o primeiro é o curta (5 min) O Teste de uma Civilização, do grupo Peta, com narração do ator James Cromwell. O segundo é o premiado documentário Earthlings (Terráqueos), narrado pelo também ator Joaquim Phoenix. São cenas fortes, mas necessárias para derrubar certos mitos que confundem a muitos – médicos e cientistas inclusive.

O Teste de uma Civilização (5 minutos):

Earthlings (divido em 10 partes de 10 minutos):

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3 Responses to Psicopatas e o fim dos testes em animais

  1. Avatar de escriba escriba disse:

    O pior é que em nome da ciência, já estão criando ‘quimeras’ – seres com genes humanos e de outros animais. Esse mesmo pessoal tem a cara de pau de falar em bioética etc e tal… Ilha do Dr. Moreau perde…

  2. Avatar de Desconhecido + outro [e outros virão] « disse:

    + outro [e outros virão] «

    […] outros virão] os norte-americanos vivem do terror. vendem armas para o oriente médio. fazem pesquisas genéticas e de produtos com animais indefesos. alimentam a prisão de guantánamo, em cuba. não querem assinar o protocolo de kyoto. […]

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