
Circulando pelo centro da cidade hoje fui obrigado a dar o braço a torcer: o prefeito Kassab mandou muito bem com essa lei do outdoor, que retirou milhares de placas de publicidade das fachadas paulistanas. A cidade ficou muito mais agradável e até bonita. O caos visual que existia em ruas como a São Bento ou Direita, no centro, escondia belos sobrados e meio que oprimia o olhar.
Começamos este passeio dominical pelo metrô, que Martim estava louco para conhecer. “Radical, papai, radical”, dizia ele enquanto o trem zunia pelo túnel da Vila Madalena rumo ao centro. Gostou mais do que andar de ônibus e já me cobrou um retorno pelo “buraco do tatu gigante”. Descemos na Praça da Sé e lá mais um espanto, desta vez meu. Perguntei se ele sabia o que era uma catedral e ele de pronto: “Claro, é uma igreja, casa do papai do céu. Ele é invisível, que nem meu irmão.” O “irmão” do Martim não é a Sofia, mas o super Joãozinho, o amiguinho imaginário dele.
A pé, descemos a rua Direita maravilhados com as novas cores do local, graças à ausência de tantas placas e, chegando na Praça do Patriarca, viramos na Rua São Bento. Passamos pelo bizarro edifício Martinelli e novamente me prometi visitá-lo – em oito anos de São Paulo, nunca fui lá. Parece que tem um museu ou algo do tipo na cobertura, onde viveu autor desse que é com certeza o prédio mais incrível e bizarro da cidade.
Procurávamos um restaurante mas nada estava aberto. Uma pena. Passear pelo centro é bem legal, mas sem um lugar honesto para saciar a fome e com duas crianças pequenas a tira-colo, a missão se torna quase impossível. Sofia urrava e só parou quando achamos por milagre um saco de batatinhas na bolsa. Voltamos e fomos então ao Centro Cultural Banco do Brasil e comemos alguns quitutes.
Pegamos o metrô novamente até a Vila Madá, onde estava o carro. De lá, para o Sesc Pinheiros, um oásis para a criançada aos domingos. O que não falta lá é atividade pros pequenos – peça infantil (que perdemos, os ingressos já tinham acabado), exposições, um ginásio aberto para a molecada se divertir com ‘n’ brincadeiras promovidas por monitores e apresentações de grupos teatrais e folclóricos no térreo.
A diversão também é garantida aos grandinhos. Nesta terça-feira, por exemplo, vai rolar um tributo a Noel Rosa, com a São Paulo Coffee Symphony, a cantora Tuca Fernandes e outros artistas.
Fim de tarde, Martim já havia corrido como nunca e Sofia desfilado sua simpatia – ficou até amiga da ascensorista. Eu e Ana, bem, estávamos mesmo precisando de exercício. Quando Martim me chamou uma hora e disse que queria ir embora, mal pude disfarçar um sorriso de alívio.
Ele e iaiá já dormem o sono dos justos. Eu ainda aqui, escrevendo essas mal traçadas linhas… ![]()
Salve, Jorge!
Eu tenho uma ressalva à lei da Cidade Limpa. Alguns estabelecimentos deveriam ficar fora dessa, notadamente os motéis, especificamente os motéis da Rodovia Raposo Tavares. Dia desses fui levar a patroa para relembrar os bons tempos. Então selecionamos antes um motel de acordo com nossa disposição, e atentamos para o quilômetro correspondente. Mas chegando ao local, observamos que não havia mais aquelas placas luminosas. Apenas humildes setas indicando a entrada. Resultado: perdemos o motel e tivemos que percorrer cinco quilômetros até o próximo retorno, e mais dois até fazer o segundo retorno para chegar de volta ao motel. Pergunto ao prefeito Kassab: O senhor já procurou um retorno em estado de ereção? Não é mole…
Hahahahaha! É, complicado mesmo…
São Paulo assim dá uma saudade!
Grande SP! Essa sua descrição me faz lembrar como essa cidade é legal apesar de todos os problemas…
Procurar retorno em estado de ereção é duro? É, mas geralmente amolece…
Pois é… por isso mesmo ainda tou considerando processar o prefeito por danos morais.
hehehehee, com certeza!!