Bomba nuclear

Dias atrás o jornal O Globo publicou editorial afirmando que chegou a hora do governo brasileiro partir para a conclusão da usina nuclear Angra 3. Diz que a energia nuclear se tornou uma boa alternativa, depois que foram “vencidos os preconceitos e as reações negativas dos ambientalistas”, e que ela foi devidamente testada e aprovada no Brasil. Afirma ainda que Angra 3 foi recomendada por seu vantajoso aspecto econômico (sic). Esse pessoal definitivamente vive num mundo paralelo.

Nas páginas da publicação carioca – e da imprensa brasileira em geral, que fechou questão em torno do assunto -, só há espaço para a cartilha pró-nuclear. O trabalho da Hill & Knowlton nos EUA rompeu fronteiras e conquistou corações e mentes entre os (tu) barões da mídia tupiniquim. Por aqui você não verá reportagens como esta da Salon sobre os muitos furos dessa pretensa renascença nuclear, principalmente em relação ao custo. Ou sobre os muitos problemas enfrentados pela França, país que tem mais de 70% de geração de energia por reatores atômicos, conforme explica este artigo do Boletim dos Cientistas Atômicos.

Há quem diga que o mundo deveria seguir o exemplo francês e se render de vez à energia nuclear. Os franceses pensam o contrário. De acordo com recente pesquisa de opinião encomendada pela Comissão Européia, 2/3 da população francesa é favorável a uma redução das usinas nucleares em seu país. Mas lá, como cá, o desejo da população não encontra muito eco entre os políticos – e muito menos na imprensa.

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3 Responses to Bomba nuclear

  1. Avatar de Fábio José de Mello Fábio José de Mello disse:

    Energia nuclear? Não aprenderam com Chernobyl?

  2. Avatar de escriba escriba disse:

    nao aprenderam mesmo…

  3. Avatar de Desconhecido O Escriba » G8 se reúne e… nada disse:

    O Escriba » G8 se reúne e… nada

    […] de CO2, mas só em 2050 e sem abrir mão de termelétricas a carvão! Ainda tentaram desfibrilar a cadavérica agenda nuclear, num claro deboche aos anseios do planeta por um desenvolvimento sustentável e baseado em fontes […]

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